Meu último pedido

Só me diz uma coisa e espero que não me negue esse último pedido em meio a tantos outros negligenciados. Mas sinceramente, acredito que ele será ignorado assim como nossos planos, sonhos e promessas… Só me responda, até quando terei que engolir seco? Até quando sustentará a farsa de que está bem e que pode muito bem viver sem mim? Me explique porque o teu sorriso não é mais o mesmo e assim que tiver a resposta, me diga também onde foi parar o brilho do seu olhar.

Meu bem, se caso tiver as respostas, peço que as traga até mim, afinal de tanto engolir seco eu temo um dia não precisar tanto delas como preciso hoje. Temo esquecer que no seu rosto vivia um dos mais belos sorrisos, sorriso o qual me trouxe até você. Temo que o brilho no seu olhar tenha morrido sem que eu possa ter feito algo para traze-lo de volta. Enfim, temo que o sentimento que em meu peito habita, morra. Morra por falta de cultivo, morra por falta de forças para mantê-lo vivo e pela espera de respostas que nunca chegam.

Meu bem, pare com essa tentativa torturante ao sustentar sua felicidade superficial. Depois de tanto tempo, eu sei quando você está apenas dramatizando e sei também da sua impaciência diante de papéis incompatíveis com a realidade. Queria que soubesse que essa sua tentativa acaba por torturar mais a si próprio do que qualquer outro, é você quem sairá mais machucado. Por qual motivo? Porque assim que partiu eu tive que aprender a me defender sozinha. A única diferença é que dessa vez eu estava familiarizada com o meu oponente e com o campo de batalha. Sabia como me armar, como agir com frieza toda vez que ouvisse seu nome ou notícias suas, sabia do que me defender e arriscarei a dizer que sabia de onde viriam os bombardeios. O que eu não sabia? Que o segundo, terceiro, quarto e todos os outros golpes doeriam como se fossem o primeiro. E não, não é você o meu maior e único meu oponente. Ele na verdade é meu tolo coração que insiste em se arriscar em missões com fortes tendências ao fracasso, insiste em desarmar-se em meio a essa guerra de amar e por fim, insiste que devo apesar de tudo, te amar. Talvez esse amor persista devido a sua insistência em não me deixar ir. Ao seu costume malcriado de reaparecer mesmo que de formas sutis. É essa a sua reinvenção de aprisionamento? Me desculpe, meu bem, pois eu estou fazendo o que me pediu na última vez que nos vimos, que mesmo que tenha dito da boca para fora, seus conselhos foram acatados e estou seguindo em frente.

Estou me reinventando, me renovando, me apaixonando e não, não por outros homens. Estou me apaixonando por mim, tomando aquela bela dose de amor próprio, e meu bem essa paixão não tem fim. Não tem promessas vazias, não me faz mal, não provoca o choro. Ela me faz crescer e descobrir que o amor primeiramente deve vir de dentro. Mas meu bem, eu aprendi como lidar com esse vazio… aprendi a dar as respostas certas quando me perguntassem de você. Aprendi a sustentar um sorriso enquanto o meu mundo desabava. Aprendi a dormir depois de tantas noites em claro com o pensamento fixo em você. Aprendi o que tanto me cobrou. Sim, eu aprendi a me divertir. Aprendi que sou forte, linda e que tenho todo o armamento necessário para seguir em frente e o mais importante de tudo, eu aprendi que a ausência é a maior prova de amor que existe!

Aline Koga


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